terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Molhes da Barra (Rio Grande e São José do Norte - RS)


Nesta expedição são mostradas algumas fotos nos dois molhes da Barra (Molhe Leste e Molhe Oeste), entre os anos de 2015 e 2020, feitas por meio de caminhadas e passeios de bicicleta, desde a raiz (no continente) até o topo do farol de cada molhe. Foi realizada uma breve pesquisa acerca da caracterização e histórico desta, que é considerada uma maiores obras de engenharia oceânica do mundo. 
Após, foram especificados os registros fotográficos e algumas informações para cada molhe e as coordenadas geográficas determinadas com GPS Garmin etrex 30.


Localização dos Molhes da Barra

Os Molhes da Barra caracterizam-se por uma estrutura marítima enraizada em terra, composta por barreiras de pedras, que adentram no Oceano Atlântico, tendo como função primordial manter constante a profundidade do canal de acesso ao porto do Rio Grande, permitindo o tráfego seguro de embarcações de grande calado, além de servir como quebra-mar. Eles são constituídos de dois braços de pedras, situando-se o braço Leste na Quinta Secção da Barra (município de São José do Norte) e o braço Oeste no início da Praia do Cassino (município do Rio Grande). A função primordial dessas barreiras de pedras é reter o movimento natural das águas oceânicas, evitando assim a constante formação de bancos de areia, comuns na região. As pedras foram depositadas no fundo do canal além da superfície da água, ficando alojadas de forma cônica.

A cidade do Rio Grande contava com o problema da falta de matéria-prima para a construção dos molhes, fazendo com que as rochas necessárias fossem adquiridas inicialmente no maciço rochoso denominado Monte Bonito, situado no município de Pelotas. Após, foi reconhecida a necessidade de uma segunda pedreira e, para isso, foi adquirido outro maciço rochoso, em Capão do Leão.  Monte Bonito forneceu 1.764.646 toneladas de rochas para a construção dos molhes entre maio de 1911 e janeiro de 1915, enquanto a pedreira de Capão do Leão, de novembro de 1911 a abril de 1916, contribuiu com 2.183.052 toneladas (Neves, H. Estudo do Porto e da Barra do Rio Grande, 1995, p. 45, citado por Ramos, 2002).
A inauguração oficial das obras da Barra foi em 11 de dezembro de 1907, iniciando as atividades preliminares para a fabulosa obra. Em 1909 chegaram da França os engenheiros para o início das obras de melhoramento do porto e a abertura das pedreiras. Em seguida foram construídas diversas linhas férreas para o transporte das pedras e dos materiais destinados às obras. Ainda utilizaram-se como material flutuante seis chatas (embarcação de estrutura resistente, própria para o transporte de carga pesada), oito rebocadores, dez batelões (embarcações robustas, com fundo chato, usada para desembarque de carga) e uma cábrea flutuante (espécie de guindaste, que serve para o levantamento de cargas pesadas). No ponto inicial de cada molhe foi montado um majestoso guindaste francês “Titan”, que se movia entre duas linhas férreas, para tomar as caixas carregadas de rochas e despejá-las ao mar. A construção dos molhes foi concluída em 1915. Inicia-se assim uma nova fase de navegação com mais segurança, aumentando o número e a tonelagem de navios. (Ramos, 2002).
A obra de prolongamento dos molhes foi realizada no período entre 2001 e 2011, ampliando em 700 metros o Molhe Oeste e 370 metros do Molhe Leste. Mais detalhes no seguinte link:
(http://www.portoriogrande.com.br/site/noticias_detalhes.php?idNoticia=571)


O MOLHE OESTE

Comprimento: 4,2 km.
Localização: 4a Secção da Barra, município de Rio Grande-RS.
Coordenadas geográficas (latitude e longitude) de alguns pontos:

1) Base do Molhe Oeste: 32° 9'20.56"S e 52° 5'56.45"O;
2) Limite dos trilhos e do antigo farol: 32°11'1.66"S e 52° 5'3.06"O;
3) Farol do Molhe Oeste da Barra (12 metros de altura): 32°11'20.37"S e 52° 4'49.45"O.



No Molhe Oeste, os visitantes podem realizar um passeio de vagonetas (carrinhos movidos à vela, que deslizam sobre trilhos, controlados por trabalhadores conhecidos como vagoneteiros) adentrando o Oceano Atlântico. Também constam algumas fotos de uma tempestade que assolou a cidade do Rio Grande em outubro de 2016, com fortes ventos que chegaram a danificar de modo significativo a estrutura do molhe, removendo grandes blocos de granito.





































Fotos após a tempestade de outubro/2016, que danificou parte da estrutura do molhe. Passeio de bicicleta nos molhes, com registros fotográficos dos estragos causados pela tempestade, alto do Farol do Molhe Oeste e alguns navios e barcos que adentram o canal do porto.




























































































































O MOLHE LESTE

Comprimento: 4,8 km.
Localização: 5a Secção da Barra, município de São José do Norte.

Coordenadas geográficas (latitude e longitude) de alguns pontos:

1) Base do Molhe Leste: 32° 8'45.06"S e 52° 4'38.97"O;
2) Farol do Molhe Leste (10 metros de altura): 32°11'14.00"S e 52° 4'28.60"O.


Enquanto o Molhe Oeste é mais movimentado, com atividades recreativas, como os passeios de vagonetas e a pesca, o Molhe Leste é mais tranquilo, com pouco movimento e acesso mais difícil. Muito utilizado como local para descanso dos leões marinhos.

























































































Folhas Topográficas do Exército-RS (Escala 1:50:000) abrangidas na área dos Molhes da Barra: Rio Grande.


Referenciais:
Cesar, W. A cidade do Rio Grande: do big bang a 2015. 1ª ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 2016, 540p.

Ramos, S. M. A importância dos Molhes da Barra do Rio Grande no contexto da economia do Rio Grande do Sul. In: Alves, F. N (org). Cidade do Rio Grande: ensaios históricos. Rio Grande: FURG, 2002. P 47-80.

Links:
http://internetparatodos.blogs.sapo.pt/1501249.html

http://www.popa.com.br/imagens/rio-grande/