Foram selecionados quatro pontos de acesso até a lagoa e um ponto complementar (de outras experiências na lagoa). Tomando como referencial o Pórtico da cidade do Rio Grande, seguimos pelas rodovias ERS-734, BR-392 e BR-471, percorrendo cerca de 119 quilômetros até o ponto n° 1, que é a primeira estrada de acesso até a Lagoa Mangueira. Expedição esta realizada com o Daniel Caminha e Luis Henrique.
Esta lagoa é considerada reserva natural da biosfera e se estende de Norte a Sul entre a Lagoa Mirim e o Oceano e não possui tributários nem comunicação superficial com o Oceano Atlântico. A Lagoa Mangueira faz parte do Complexo Lagunar Patos/Mirim/Mangueira (maior complexo lagunar do planeta). Tem aproximadamente 100 km de extensão, largura que varia de 2,5 a 10,3 km, profundidade máxima de 8 metros, área de até 820 quilômetros quadrados e um volume aproximado de 700 milhões de metros cúbicos de água doce.
O processo de formação da Mangueira foi idêntico ao da Lagoa Mirim e ao da Laguna dos Patos. Assim, à medida que as águas do Oceano foram baixando, mais e mais sedimentos foram sendo depositados, formando uma estreita barreira de areia que foi progressivamente bloqueando os canais e criando a Lagoa Mangueira, uma das formações geológicas mais jovens do planeta Terra, com idade estimada entre 4,5 a 5,0 mil anos.
Localização:
Localização:
A seguir são referenciados os pontos visitados e as fotos em cada um deles.
Localização da Lagoa Mangueira e dos pontos visitados
Ponto 1
Quilometragem até a Lagoa Mangueira a partir da BR-471: 6 km (até as figueiras). Fotos: amanhecer na BR-471 após uma madrugada chuvosa, capivaras, figueiras às margens da Lagoa Mangueira, criação de gado e estrada de acesso, com a lagoa ao fundo.
Ponto 2
Quilometragem até a Lagoa Mangueira a partir da BR-471: 5 km.
Referencial: Acesso nas imediações do Paradouro Costa Doce. Fotos: Lagoa Mangueira, com plantações de pinus do outro lado, estrada de chão, falésia, ruínas, lavoura arrozeira e mais temporal chegando após a visita neste ponto!
Na foto abaixo, falésia próxima a lagoa, delimitando os terrenos do período geológico Pleistoceno (mais antigo) e Holoceno (recente, com cotas altimétricas mais baixas e mais próximos da lagoa).
Lagoa Mangueira, com plantações de pinus ao fundo, na área compreendida entre o Oceano Atlântico e a lagoa.
Perfil de parte da estrada de chão até o segundo acesso à Mangueira:
Ponto 3
Quilometragem até a Lagoa Mangueira a partir da BR-471: 5 km.
Na foto abaixo observamos do outro lado da lagoa o limite entre as plantações de pinus e o Deserto do Albardão.
Há várias bombas e canais (foto abaixo) que utilizam a água da Lagoa Mangueira para irrigação das lavouras arrozeiras.
Uso do solo e aspectos da estrada de acesso a este ponto:
Ponto 4
Quilometragem até a Lagoa Mangueira a partir da BR-471: 7 km.
Neste ponto observamos a falésia que delimita os terrenos geológicos mais antigo e recente, sendo que esta falésia aparece de forma mais expressiva neste ponto da lagoa, em relação aos pontos anteriores. Nas fotos da Lagoa Mangueira, ao fundo podemos ver o Deserto e também o Farol do Albardão.
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| Paisagem vista da BR-471 |
Ponto 5
Ponto complementar: a Lagoa Mangueira vista do Deserto do Albardão. Os registros fotográficos abaixo complementam essa expedição, sendo feitos em expedições específicas no Deserto do Albardão. Onde a lagoa e o deserto se encontram!
Por já ter sido mar um dia, a Mangueira é única. Aos olhos dos poucos aventureiros e pescadores que a visitam, é uma imensidão de água doce sobre um leito repleto de conchas fósseis, povoada por peixes como a traíra e o peixe-rei e por mamíferos como a capivara. Aos olhos atentos dos pesquisadores, no entanto, ela é mais. Por ter um pH muito elevado, devido à composição do solo, a Mangueira é o lar de uma microalga benéfica para a saúde humana e capaz de absorver grande quantidade de poluentes da atmosfera. A spirulina não é vista a olho nu, mas serve de alimento para muitos peixes e invertebrados. No Brasil, o único canteiro natural dessa alga é a Lagoa Mangueira, já que em nenhum outro corpo d’água a planta encontra as condições ideais para a proliferação. “Mundo afora, a spirulina é utilizada na alimentação humana e na produção de rações e corantes naturais. Agora, cientistas pesquisam seu uso como purificador do ar e até na cura de tumores malignos”. Além da microscópica spirulina, a Lagoa Mangueira também é a residência do maior roedor do mundo, a capivara – ou capincho, como gostam de chamá-lo os gaúchos do extremo sul. É comum ver grandes grupos se alimentando ou descansando nas margens.
Folhas Topográficas do Exército-RS (Escala 1:50:000) abrangidas na área da Lagoa Mangueira: Farol Vergas, Jaguarão Grande, Farol do Albardão, Arroio Chuí, Lagoa Mangueira e Ponta da Lagoa.
As informações acerca da geologia, pedologia, geomorfologia e vegetação foram baseadas em mapas do IBGE, na escala 1:250.000, folha SI 22 (Lagoa Mirim).
Geologia: Formação Chuí (Pleistoceno), aluviões flúvio-lacustres holocênicos e coberturas eólicas holocênicas (lado do Albardão).
Pedologia: Planossolo Háplico Eutrófico solódico, Organossolo Háplico Hêmico, Dunas e Neossolo Quartzarênico Hidromórfico.
Geomorfologia: Depósitos sedimentares Quaternários – acumulações eólicas - Planície Litorânea.
Vegetação: Formações pioneiras, com influência fluvial e/ou lacustre, sem palmeiras.
Uso atual das terras: áreas de preservação permanente, pecuária e lavoura arrozeira.
Material complementar:
1) http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/nossa-terra/noticia/2013/10/localizada-no-extremo-sul-do-rs-lagoa-mangueira-e-unica-no-brasil.html2) https://pt.wikipedia.org/wiki/Lagoa_Mangueira
3) http://www.cadernos.ecologia.furg.br/images/artigos/10_Diana.pdf
4) http://www.gentedeopiniao.com.br/noticia/lagoa-mangueira/143073
5) http://www.revistaplaneta.com.br/lagoas-gauchas/
